A Polícia Civil realizou nesta terça-feira (9/9) a operação Lance Final, uma ofensiva interestadual contra grupo suspeito de praticar estelionatos, falsificando leilões na internet.
Oito pessoas foram presas até o momento. São cumpridos 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em Itanhaém (SP) e na capital paulista. Sites fraudulentos, que ainda estavam ativos, foram desconectados. A ação é coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (3ª DP) e pela 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana do mesmo município (2ª DPRM).
De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, a operação desarticulou uma rede criminosa a fim de proteger a população contra golpes digitais que se multiplicam na internet. “Crimes como esses exploram a confiança e utilizam a tecnologia para enganar os cidadãos de forma cada vez mais sofisticada. Nossa missão é impedir a fraude antes que mais pessoas sejam prejudicadas”, destacou a delegada.
A ação contou com o apoio do Ministério da Justiça, através do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), além da Polícia Civil paulista. Cerca de 80 policiais civis dos dois estados foram mobilizados.
“Lidamos com uma organização criminosa bem estruturada, com atuação em diversos estados, que operava com um alto nível de profissionalismo. Trata-se de um esquema que expõe a habilidade dos criminosos de utilizar a tecnologia para sofisticar suas fraudes e ampliar os prejuízos à sociedade.”, destaca o diretor da 2ª DPRM de Canoas, Cristiano Reschke.
O golpe do falso leilão
A fraude tinha como principal artifício a criação de sites que simulavam plataformas de leilões oficiais, com a clonagem de anúncios de veículos legítimos e patrocínio de links em buscadores na internet para alcançar mais vítimas, garantindo que a página falsa aparecesse entre os primeiros resultados na procura por “leilões”.
O grupo transformava o ambiente virtual para parecer real, com documentos falsificados, termos de arremate e até a utilização de nomes e endereços verdadeiros de casas de leilão. As investigações ainda indicam que os criminosos usavam a matrícula de um leiloeiro oficial, cujo registro havia sido cancelado, reforçando a falsificação de documentos.
O golpe se completava com o contato via WhatsApp. Ao acessar o site, a vítima era direcionada a um número para finalizar a negociação e a transferência bancária. Depois do pagamento, os golpistas desapareciam, deixando as vítimas sem o bem adquirido e impedidas de reaver os valores pagos.
Caso relatado
Um caso investigado foi o de um homem que comprou um veículo para trabalhar como motorista de aplicativo. Em dezembro de 2024, ele acessou o site “santaritaoficial.com”, aparentemente vinculado a uma casa de leilões de Nova Santa Rita (RS). Acreditando na veracidade da página, ele pagou pelo veículo, que nunca foi entregue. Ao procurar a empresa em Nova Santa Rita, descobriu que se tratava de golpe.
Desconfiança
Para o delegado Reschke, os compradores devem desconfiar de ofertas que parecem boas demais para ser verdade, verificar as credenciais de qualquer site ou empresa que realize atividades de leilão e procurar informações em canais oficiais. “Estamos empenhados em combater crimes dessa natureza de forma enérgica, mas a conscientização da sociedade é crucial para prevenir que novas vítimas sejam feitas.", finalizou.
O cidadão pode auxiliar a Polícia Civil denunciando de modo anônimo através da Linha Direta (51) 3425 9056, ou pelo site da Polícia Civil www.pc.rs.gov.br
Texto: Dulce Mazer (Ascom/SSP-RS). Edição: Luciana Balbueno (Ascom/SSP-RS).